A travessia


Dia 2, Barcelona

O nosso camarote era acanhado mas suficiente, com três camas sendo duas de beliche. A casa de banho era toda revestida a plástico (ainda assim totalmente funcional) e tínhamos uma escotilha com vista para o mar.

Largámos a tralha (o essencial, o resto ficou lá em baixo trancado nas malas das motas) e fomos conhecer o navio. Tínhamos acesso livre a uns dois pisos do barco, mais a cobertura.

explorando o interior do navio - ferry Barcelona/Espanha

Na popa, que é como quem diz na cauda do barco estava a tal piscina interior desactivada. Em redor desta estava um bar que para além de bebidas vendia umas coisitas pequenas para comer.

proibição de mergulhar para a piscina - ferry Barcelona/Génova

Daqui chegava-se ao deck exterior e deste à cobertura.

Barcelona ao fundo - ferry Barcelona/Génova

Estivemos um bocadinho ao ar a apreciar a boa temperatura, mas naquela ponta do barco ouve-se demasiado o zoar dos motores. A máquina ia a queimar bem, deslocando-se normalmente abaixo dos 40 quilómetros por hora.

no exterior do barco [Rui, Daniel e Miguel] - ferry Barcelona/Génova

Depois estivemos um bocado no bar a refrescar a garganta. Mas bolas, não dá para esticar muito que aqui as coisas custam uma fortuna…

Mais uma volta ao barco, mais uma voltinha no porão, e de novo no bar... Também não há muito mais que se possa fazer por aqui. Para ajudar à festa o barril de cerveja tinha acabado.

navegando com a costa à vista - ferry Barcelona/Génova

Voltámos ao camarote para fazer tempo até ao jantar… Assim que o restaurante abriu seguimos para lá. A sala era de generosas dimensões, o sistema era de self-service. Tínhamos um voucher adquirido previamente que nos dava direito a pão, salada, um prato e bebida. Metemo-nos na fila e aguardámos a nossa vez. A comida estava algures entre o suportável e o horrível. Um catering típico de um regimento de armada. Uma tagine de não-sei-o-quê (para agradar aos marroquinos com certeza), uma massa com molho de não-sei-que-mais e uma fritada mista de peixe… Dava para enganar o estomago, mas não muito.

Estava um gelo do cacete naquele restaurante, de modo que não demorámos muito a sair dali. Mais uma volta ao barco e reparámos que tinham aberto a sala de espectáculos na proa. Estava pejada de marroquinos e lá também se anunciava um espectáculo de música ou dança árabe, mesmo a propósito. Fomos espreitar lá fora de novo, estava noite escura. Voltámos ao camarote e eu decidi logo por lá ficar até de manhã. O Rui e o Miguel ainda queriam ir espreitar a musiqueta marroquina… Mas não se demoraram muito.

Toca a dormir! Amanhã, se tudo correr bem, acordamos junto à costa para seguir a nossa viagem.

Muito antes de ser dia, acordei com o balançar do barco.

Era noite cerrada e estávamos a atracar… Hmmm... “Olha, chegámos!” disse eu em voz alta.

O Rui e o Miguel acordaram e verificaram o mesmo que eu.

O barco estava de facto a encostar ao cais… Mas a esta hora seria impossível ser Génova, nem mesmo se o comandante tivesse metido a sexta a fundo…

Ainda hoje estamos para saber o motivo desta misteriosa acostagem...

Bem, vamos lá mas é dormir mais um bocado!



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