De volta pela A5


1000km, Madrid

Depois apanhámos a estrada de saída da capital em direcção à auto-via A5 que nos levaria à fronteira de Portugal. E estava congestionada a saída. Fomos furando o trânsito como podíamos e nos deixavam. Eu e o Barradas íamos pior, pois levávamos as “bóias” laterais (malas). Foram talvez uns dez minutos a passo comedido por entre os carros, depois o trânsito aligeirou e finalmente tínhamos a estrada toda por nossa conta.

Eu ia feliz da vida e desperto que nem uma coruja, e até estava capaz de fazer BunBurner (2400 quilómetros) em vez dos 1600. Parecia-me ser como “limpar o rabo a meninos”. Estava cansado certo, e com algumas dores nas costas e no pulso, mas tudo absolutamente suportável. Estava com receio que caísse a moleza depois de almoço, mas nada. Talvez todo aquele sal do hambúrguer estivesse a fazer subir a tensão. E assim fomos pela A5, debaixo de Sol até Navalmoral de la Mata, onde parámos para mais uma vez alimentar as “burras”.

Paragem habitual de 30 a 40 minutos, onde também se aproveitou para “roer” qualquer coisa e abastecer de líquidos. Aqui, à falta de café decente, o Paulo mandou-se a uma lata de cafeína.

Mais um pouco de estrada, e por esta altura já se via o “fundo do túnel”, estávamos a cerca de 400 quilómetros do objectivo. Por uma vez pareceu-me ver o Barradas à minha frente a estrebuchar de sono, coloquei-me ao lado para lhe perguntar se estava bem. E estava, eram só “exercícios” de movimento para desentorpecer o corpo.

Ainda na A5, tivemos de fazer um desvio pela nacional. O corte da estrada (por despiste de um camião) obrigava-nos a sair da auto-via para regressar na entrada seguinte. Logo à saída o Barradas perguntou a um guardia civil como era o desvio. Cerca de 7 quilómetros pela nacional até regresso à A5. E que surpresa… De repente passámos de uma paisagem aborrecida e enfadonha, para as escarpas da beira do Tejo. Nunca me tinha apercebido que logo ali ao lado da A5, passava o majestoso rio. Foi de cair o queixo.

Primeiro passagem sobre rio através de uma ponte medieval e depois uns quilómetros de nacional a beira do rio. Muito bonito e refrescante. Mas não durou muito. Não estávamos ali para fazer turismo, e regressámos ao passo de cruzeiro pelo resto da A5.

Finalmente Badajoz, e claro o último abastecimento até ao gargalo de gasolina a preço de saldo. Mais meia hora de pausa para beber, comer e aliviar a bexiga.

Parece que a lata de cafeína não estava a fazer efeito ao Paulo. Pelo sim, pelo não, meteu outra goela abaixo e eu fiz-lhe companhia e também bebi uma.



Leave a message